Rascunhos em Vida

 

sábado, 14 de novembro de 2009

Saudade ...

Poderia ser apenas uma palavra, um vocábulo desses que frequentam sem cerimônia nosso dia a dia. Poderia ser e tão-somente algo distante e inatingível, ou pelo menos, alguma coisa que não causasse dor.

Saudade poderia ser uma semente que germinasse tornando-se árvore para filtrar os raios de sol de nossa vida, e trazer a sombra da emoção feliz. Mas não é...

Saudade é aquela coisa que bate baixinho, lá no fundo tal qual um surdo cansado na quarta feira de cinzas, ou o fim de uma canção.

E aquela faca a ferir e sangrar um coração e a mostrar que tudo passou, e o que passou caiu no labirinto do tempo, para sempre.

De vez em quando tenho uma crise de saudade, como aliás, todas as pessoas normais devem ter.

Saudades da adolescência principalmente, da época feliz das descobertas, das primeiras experiências de vida, das noites imortais, das ilusões que se desmancharam como fumaça, mas como foram gostosos enquanto ilusões ...

E mesmo saudade das minhas lágrimas, pois elas secaram, mas, por onde caíram marcaram caminhos.

Já houve quem dissesse que Saudade é o tributo que se deve pagar pelo fim de um sonho, qualquer que seja. Mas as vezes acho que o preço é alto demais, a dor muito intensa depois de tantos sorrisos.

Também somente pensamos nisso após a partida ou a perda de quem amamos ou dos momentos felizes que vivemos.

Já parei, no meio de uma festa, e pensei que "isso tudo vai passar e daqui a pouco será apenas uma "Saudade".

É a lei da vida, a lei do mundo, a lei do tempo, que somente corre para a frente, e não admite arrependimentos.

Aliás , o ser humano somente deveria se arrepender das coisas que deixou de fazer, jamais daquelas que fez, pois tudo que foi feito, certo ou errado, resultou numa experiência marcada a ferro e fogo.

E a mais cruel das verdades é que nós, que hoje desbravamos as estradas do mundo, também um dia passaremos e nada mais seremos do que simples Saudade.

Mas que sejamos uma Saudade gostosa, que, quando se lembrem de nós, antes das lágrimas, venham os sorrisos, e que a geração que vem chegando, bonita e brilhante, lembre-se com carinho daqueles que, com muito amor prepararam a sua chegada.

E que a Saudade, por mais dolorosa que possa ser depois, jamais deixe de existir num peito humano, pois ela é, antes de tudo a prova de que, ali dentro ainda há uma sensibilidade e ainda bate um coração...

Rascunhado por Rascunhos em Vida às 12:27

2 Comentários

Blogger Rutinha said...

Jazinha querida ameiiiiiiiii,
Lindíssima sua postagem,como sempre vc é um show a parte em tudo o que diz e faz.
Parabéns minha linda e amada amiga que amo. beijinhos carinhosos
Rutinha

14 de novembro de 2009 às 17:53  

Blogger Regina Romeiro said...

Jazinha/Rascunhos cheios de vida/ isso sim! Amei! seu blog. Abraço grandeeeeeeee! Parabéns por seu trabalho/arte. Regina Romeiro

15 de novembro de 2009 às 13:13  

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Navego em um mar de emoções... e vou deixando um rascunho enquanto viva... Passar a limpo? Nem pensar... Agradeço tua visita. Paz profunda!

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  Tempo que Foge

"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não vou mais a workshops onde se ensina como converter milhões usando uma fórmula de poucos pontos. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos parlamentares e regimentos internos. Não gosto de assembléias ordinárias em que as organizações procuram se proteger e perpetuar através de infindáveis detalhes organizacionais.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de “confrontação”, onde “tiramos fatos à limpo”. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.

Já não tenho tempo para debater vírgulas, detalhes gramaticais sutis, ou sobre as diferentes traduções da Bíblia. Não quero ficar explicando porque gosto da Nova Versão Internacional das Escrituras, só porque há um grupo que a considera herética. Minha resposta será curta e delicada: - Gosto, e ponto final! Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: “As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos”. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.

Já não tenho tempo para ficar dando explicação aos medianos se estou ou não perdendo a fé, porque admiro a poesia do Chico Buarque e do Vinicius de Moraes; a voz da Maria Bethânia; os livros de Machado de Assis, Thomas Mann, Ernest Hemingway e José Lins do Rego.

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a “última hora”; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus. Caminhar perto dessas pessoas nunca será perda de tempo."
Texto de Ricardo Gondim

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