Rascunhos em Vida: setembro 2010

 

quinta-feira, 23 de setembro de 2010


“Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de.
Apesar de, se deve comer.
Apesar de, se deve amar.
Apesar de, se deve morrer.
Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente.”
Clarice Lispector

Rascunhado por Rascunhos em Vida às 13:19
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"Conhecer alguém aqui e ali que pensa e sente como nós, e que embora distante, está perto em espírito, eis o que faz da Terra um jardim habitado."
(Frase de Johann Goethe)

Rascunhado por Rascunhos em Vida às 13:09
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Adoro as coisas simples. Elas são o último refúgio de um espírito complexo.
(Frase Oscar Wilde)

Rascunhado por Rascunhos em Vida às 13:04
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Toco a tua boca
"Toco a tua boca, com um dedo toco o contorno da tua boca,
vou desenhando essa boca como se estivesse saindo da minha mão,
como se pela primeira vez a tua boca se entreabrisse e basta-me fechar os olhos para desfazer tudo e recomeçar.
Faço nascer, de cada vez, a boca que desejo, a boca que minha mão escolheu e te desenha no rosto, uma boca eleita entre todas, com soberana liberdade eleita por mim para desenhá-la com minha mão em teu rosto e que por um acaso, que não procuro compreender, coincide exatamente com a tua boca que sorri debaixo daquela que a minha mão desenha.

Me olhas, de perto me olhas, cada vez mais de perto e, então, brincamos de cíclope, olhamo-nos cada vez mais de perto e nossos olhos se tornam maiores, se aproximam entre si, sobrepõem-se e os cíclopes se olham, respirando confundidos, as bocas encontram-se e lutam debilmente, mordendo-se com os lábios, apoiando ligeiramente a língua nos dentes, brincando nas cavernas onde o ar pesado vai e vem com um perfume antigo e um grande silêncio.

Então, as minhas mãos procuram afogar-se nos teus cabelos, acariciar lentamente a profundidade do teu cabelo enquanto nos beijamos como se tivéssemos a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de fragância obscura. E se nos mordemos, a dor é doce; e, se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo de fôlego, essa instantânea morte é bela. E já existe uma só saliva e um só sabor de fruta madura, e eu te sinto tremular contra mim como uma lua na água."

Trecho do livro de Julio Cortazar
O Jogo da Amarelinha.
Capítulo 7

Rascunhado por Rascunhos em Vida às 12:50
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como?
"explicar com palavras deste mundo
que partiu de mim um barco levando-me"
(Alexandra Pizarnik)

Rascunhado por Rascunhos em Vida às 12:43
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Quando minha irmã morreu eu chorei muito
e me consolei depressa.
Tinha um vestido novo
e moitas no quintal onde eu ia existir.
Quando minha mãe morreu,
me consolei mais lento.
Tinha uma perturbação recém-achada:
meus seios conformavam dois montículose
eu fiquei muito nua.
Cruzando os braços sobre eles é que eu chorava.
Quando meu pai morreu, nunca mais me consolei.
Busquei retratos antigos,
procurei conhecidos,parentes,
que me lembrassem sua fala,
seu modo de apertar os lábios e ter certeza.
Reproduzi o encolhido do seu corpo
em seu último sono e repeti as palavras
que ele disse quando toque seus pés:
'Deixa, tá bom assim'.
Quem me consolará desta lembrança?
Meus seios se cumprirame as moitas onde existo
são pura sarça ardente de memória.
(Adélia Prado)

Rascunhado por Rascunhos em Vida às 12:36
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Uma palavra morre
Quando é dita
—Dir-se-ia —
Pois eu digo
Que ela nasce
Nesse dia.
(Poema de Emily Dickinson)

Rascunhado por Rascunhos em Vida às 12:31
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domingo, 12 de setembro de 2010

Uma imagem...que dispensa palavras...
.
Pensa que alguém retratou a imagem do conceito de Amizade.Ninguém tem o direito de julgar o outro, as suas roupas, os porquês, os seus méritos, as suas melhores ou piores decisões, pois para isso, teria que saber ler as entrelinhas da vida, algo raro, cujo dom a poucos acompanha...


Rascunhado por Rascunhos em Vida às 13:23
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domingo, 5 de setembro de 2010

Verdades
Delasnieve Daspet

.
Roubo do hoje a força
Fazendo nascer o amanhã.
Da janela acompanho com olhar
As nuvens do céu.
De novo a sombra sinistra
Tolda tristemente meus sonhos.
.
Tua imagem me acompanha
Por todos os lugares por onde ando.
E em todos os momentos
É a tua presença que espanta
As brumas do desconhecido.
.
Não faço perguntas.
Tenho medo das respostas que já sei.
Liberta do invólucro físico
Devolverei a matéria ao pó de que fora feito.
.
Vivi meus três caminhos na terra.
Purgatório. Inferno. Céu.
Tudo de acordo com meus projetos,
Minhas atitudes,
Procurando não reincidir nos mesmos erros.
.
Agora - vago e espero
Entre ápodos e flagelos
O ressurgir da verdade.

Rascunhado por Rascunhos em Vida às 14:38
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Carminha...um cântico de amor...

"A suprema felicidade da vida,

é a convicção de ser amado por aquilo que você é...

ou melhor, apesar daquilo que você é...“


Rascunhado por Rascunhos em Vida às 14:09
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sábado, 4 de setembro de 2010

Vida
Augusto Branco
.
Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso,
Já me decepcionei com pessoas
quando nunca pensei me decepcionar,
mas também decepcionei alguém.

Já abracei pra proteger,
Já dei risada quando não podia,
Já fiz amigos eternos,
Já amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
Já fui amado e não soube amar.
Já gritei e pulei de tanta felicidade,
Já vivi de amor e fiz juras eternas,
mas "quebrei a cara" muitas vezes!
Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
Já liguei só pra escutar uma voz,
Já me apaixonei por um sorriso,
Já pensei que fosse morrer de tanta saudade e......
tive medo de perder alguém especial
(e acabei perdendo)!

Mas sobrevivi!
E ainda vivo!
Não passo pela vida...
e você também não deveria passar.
VIVA!!!
Bom mesmo é ir a luta com determinação,
Abraçar a vida e viver com paixão,
Perder com classe e vencer com ousadia,
Porque o mundo pertence a quem se atreve
E A VIDA É MUITO para ser insignificante
.
(Fonte: do livro
"Viva Apaixonadamente"
de Augusto Branco)



Rascunhado por Rascunhos em Vida às 07:01
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O Sábio não deseja o supérfluo
(Lao Tsé)

Rascunhado por Rascunhos em Vida às 06:51
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  Sobre Mim

Navego em um mar de emoções... e vou deixando um rascunho enquanto viva... Passar a limpo? Nem pensar... Agradeço tua visita. Paz profunda!

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  Tempo que Foge

"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não vou mais a workshops onde se ensina como converter milhões usando uma fórmula de poucos pontos. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos parlamentares e regimentos internos. Não gosto de assembléias ordinárias em que as organizações procuram se proteger e perpetuar através de infindáveis detalhes organizacionais.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de “confrontação”, onde “tiramos fatos à limpo”. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.

Já não tenho tempo para debater vírgulas, detalhes gramaticais sutis, ou sobre as diferentes traduções da Bíblia. Não quero ficar explicando porque gosto da Nova Versão Internacional das Escrituras, só porque há um grupo que a considera herética. Minha resposta será curta e delicada: - Gosto, e ponto final! Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: “As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos”. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.

Já não tenho tempo para ficar dando explicação aos medianos se estou ou não perdendo a fé, porque admiro a poesia do Chico Buarque e do Vinicius de Moraes; a voz da Maria Bethânia; os livros de Machado de Assis, Thomas Mann, Ernest Hemingway e José Lins do Rego.

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a “última hora”; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus. Caminhar perto dessas pessoas nunca será perda de tempo."
Texto de Ricardo Gondim

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