Esta reflexão é acima de tudo uma homenagem a todos os que direta ou indiretamente convivem com minha filha Carminha, nomeadamente a todos os que sem nunca a terem visto, sem nunca lhe terem visto o sorriso contagiante, sem nunca lhe terem tocado, ou visto a beleza, a felicidade no rosto a Amam de uma forma tão Incondicional que uma profunda gratidão ou emoção não chega para definir.
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São eles família longe, que anseiam por a abraçar e pegar, mas que nunca deixaram de incondicionalmente nos apoiar e ajudar.
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Por fim, mas não menos importante, esta reflexão para outros pais de crianças Especiais com Sindrome de Down, ou outra qualquer deficiência ou limitação, para que Amem Incondicionalmente essas crianças tão especiais, dotadas de Luz.
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Quando Deus tira de um lado dá do outro, quando uma porta se fecha uma janela se abre, e só no caminho do Amor e com a Candeia do Amor se encontra essa janela, onde Luz irradia e a Fé e a Força são os elementos consagrados. São os vossos bebés Amem-nos como só o Amor os sabe Amar, esse Amor é a diferença. É nesse Amor que reside o segredo para uma evolução excelente, uma saúde imensa, e acima de tudo uma Felicidade que lhes Brilha nos Olhos e no Sorriso Sincero.
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É desse Amor que precisam para que num amanhã próximo ou mais longínquo o seu lugar na Sociedade lhe seja atribuído por mérito próprio, na igualdade de oportunidades, no atingir de metas e objectivos, pessoais, académicos, profissionais e familiares.
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Todas as Crianças Hoje serão Amanhã Adultos de Sucesso, Cidadãos Íntegros do Mundo, Homens e Mulheres bem formados espiritualmente, se lhes dermos essa dose de Amor e Amar Incondicional e lhe proporcionarmos a mesma Igualdade de Oportunidades, ser ou não portador de Deficiência não pode nem deve ser um critério de Exclusão.
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Todos somos Iguais sendo Diferentes na Personalidade, mas todos filhos do mesmo Pai - Deus Pai todo o Poderoso e Ele ama todos os seus filhos Incondicionalmente, porque não lhe seguimos todos o exemplo?
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Amor e Amar Incondicionalmente, eis a chave, a solução, a resposta. Só assim vale a perna Viver, Amando e sendo Amados!
"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora.
Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ele chupou displicente,
mas percebendo que faltam poucas,
rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Não tolero gabolices.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo.
Não vou mais a workshops onde se ensina como converter milhões usando uma fórmula de poucos pontos.
Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos,
normas, procedimentos parlamentares e regimentos internos.
Não gosto de assembléias ordinárias em que as organizações procuram se proteger
e perpetuar através de infindáveis detalhes organizacionais.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas,
que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de “confrontação”,
onde “tiramos fatos à limpo”.
Detesto fazer acareação de desafetos que
brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.
Já não tenho tempo para debater vírgulas,
detalhes gramaticais sutis,
ou sobre as diferentes traduções da Bíblia.
Não quero ficar explicando porque gosto da
Nova Versão Internacional das Escrituras,
só porque há um grupo que a considera herética.
Minha resposta será curta e delicada:
- Gosto, e ponto final!
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou:
“As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos”.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.
Já não tenho tempo para ficar dando explicação
aos medianos se estou ou não perdendo a fé,
porque admiro a poesia do Chico Buarque e do Vinicius de Moraes;
a voz da Maria Bethânia; os livros de Machado de Assis,
Thomas Mann, Ernest Hemingway e José Lins do Rego.
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente
humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta
com triunfos, não se considera eleita para a “última hora”; não foge
de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja
andar humildemente com Deus. Caminhar perto dessas pessoas nunca
será perda de tempo." Texto de Ricardo Gondim